Negro
Hoje é dia de luto.
De prantear perdas,
de vazar a alma pelos olhos.
De morrer em vida
e de viver a morte.
Hoje o dia é negro, apesar do sol.
Tremo de frio,
apesar do calor.
Escureceu o mar e me afogou.
Sinto-me uma gaivota negra
voando cega em céu escuro.
E, por cima de tudo,
um cansaço imenso.
Carrego nos ombros o peso do mundo.
Já basta, meu Deus, cansei!
Chega!