Distimia
Distimia é um estado depressivo crônico, leve se comparado com os grandes transtornos depressivos, como o Distúrbio Bipolar. Pode durar meses ou anos. Alguns distímicos sentem-se assim toda a vida chegando a achar que elas “são assim mesmo”, sem considerar a Distimia como um estado patológico e sim uma forma particular e natural de ser. A maioria dos distímicos não consegue dizer quando se perceberam deprimidos pela primeira vez.
O termo Distimia , que vem do grego e significa “humor perturbado”, é atualmente usado em substituição a denominações antigas, como Neurose Depressiva, Depressão Neurótica, Neurastenia, Melancolia e Transtorno Depressivo de Personalidade. Também é chamado hoje Distimia Depressiva Sintomas
Oscilações do humor (irritado ou deprimido)
Dificuldade em aproveitar o lado bom da vida
Transtornos do sono, que não é reparador. Acordar várias vezes à noite e sentir-se cansado pela manhã. Insônia ou sonolência
Dificuldade de concentração e de memória, mesmo para atividades lúdicas (assistir um filme, por exemplo)
Somatizações (ex: dores de cabeça, fadiga crônica)
Desesperança
Aumento ou diminuição do apetite
Sentimentos de incapacidade e menos-valia
Em crianças: irritabilidade, manhas
Em adolescentes: isolamento, rebeldia, abuso de drogas, irritabilidade.
A característica básica deste transtorno é o fato do indivíduo apresentar um humor deprimido durante grande parte do dia, na maior parte dos dias. Os sintomas devem durar por pelo menos dois anos para justificar o diagnóstico de Distimia, porém as pessoas podem ter curtos períodos de humor normal.
A Distimia comumente associa-se a um estresse continuado e ocorre em pessoas submetidas e propensas a tensões constantes. Os distímicos são muito exigentes consigo próprios e com os outros e não aceitam limitações, pessoais ou alheias. Qualquer situação os deixa estressados e são verdadeiras “máquinas” de produzir estresse em quem as cerca. Assim, a Distimia é causa freqüente de mal estar pessoal e familiar. Os distímicos são “amargos”, constantemente estão irritados, agressivos, polêmicos.
Os portadores de Distimia têm pouca tolerância às frustrações. Vivem confusos, porque não tem uma reação previsível aos fatos. Acontecimentos pequenos podem ser maximizados, ou problemas graves não serem percebidos, causando uma verdadeira apatia, quase uma sedação. Com isso, geram confusão, pois os outros não têm um parâmetro que lhes indique o que agrada ao distímico ou não. Essas pessoas são consideradas de mal humoradas, instáveis, tristes, pessimistas, difíceis de satisfazer.
O desenvolvimento profissional pode ser prejudicado pelos desentendimentos com os colegas. Como têm baixa auto-estima e muita autocrítica, não conseguem confraternizar e usam qualquer pretexto para evitar situações de contato social. Como conseqüência, distímicos reagem negativamente no trabalho, nas atividades sociais e afetivas, o que retroalimenta a solidão e o pessimismo. Distimia gera retração, isolamento social, rejeição, desculpas para o isolamento, um círculo vicioso que prejudica a qualidade de vida como um todo.
É importante considerar a forma autodestrutiva que alguns distímicos adotam para alívio de seu sofrimento, como, por exemplo, o uso álcool e drogas ou o comer compulsivo, levando-os a serem tratados como alcoólatras, drogados ou obesos, sem levar em conta a depressão de base que os levou a essas doenças.
Causas
Não se sabe com segurança a causa exata da Distimia. Existem os que defendem causas endógenas, constitucionais, internas. Outros apontam predisposições hereditárias e também há os que atribuem a razões familiares, como:
Relações familiares insatisfatórias na infância
Pais agressivos, distímicos
Famílias com pessoas que sofrem de Depressão, Pânico, DOC
Famílias com maior incidência de distúrbios de personalidade, abuso de álcool e drogas
Famílias com doenças incapacitantes (cegueira, surdez, amputações, etc)
Geralmente há uma conjunção de fatores que levam, não só às formas mais ou menos prolongadas ou intensas da Distimia, quanto à característica própria de expressão da doença em cada indivíduo.
Na Distimia há uma falha nos mecanismos de regulação da serotonina, um neurotransmissor que modula as mudanças de humor. O déficit de serotonina está presente em uma serie de transtornos, como:
Anorexia
Depressão
Fobias
Obsessões
Bulimia
Crises de Pânico, etc.
A Distimia é um transtorno menos grave que os citados, mas sua duração causa inúmeros dissabores, além de poder derivar fenômenos mais graves, como a Depressão Maior e Crises de Pânico, por exemplo.
Estudos indicam que os distúrbios relacionados com o déficit da serotonina afetam 30% das pessoas. A distimia seria o distúrbio mais freqüente. Estima-se que 3% da população geral sofre deste distúrbio.
Tratamento
A relação estabelecida comumente entre a Distimia e a maneira de ser inerente à pessoa, bem como as inúmeras somatizações que os afetam, faz com que o distímico submeta-se a verdadeiras peregrinações médicas e variados tratamentos que não consideram a especificidade da Distimia.
A abordagem combinada de psicoterapia e antidepressivos (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) é eficaz para solucionar este mal que tanto afeta o próprio sentido da vida de tantas pessoas. A atividade física constante e bem orientada também precisa ser adotada como auxiliar do tratamento.
Simone Suruagy - Psicóloga