Até onde minha vista alcança,
batalhei
Desafios jamais impediram
o ânimo de ir em frente.
Tudo a conhecer,
a conquistar.
Medos, se os havia,
A vista não alcança.
Fui criando, sem o sentir,
um mundo só meu,
inexpugnável.
A curiosidade, a abertura para o novo,
criava um casulo
no qual me bastava.
Mas os fatos da vida
fogem, às vezes, ao controle!
Dividir o mundo rompeu o castelo de cartas,
desmontou o sistema.
Desaprendi tudo,
regredi, virei bebê.
Foi-se a autonomia,
agora só quero colo.
Minha vista alcança muito bem:
virei outra pessoa,
virei pelo avesso.
Não sei mais ser como era
e não quero ser como sou.
Descobri, ou redescobri,
pois isso a vista não alcança,
o medo, a dependência.
Algo muito antigo, visceral,
que me escraviza.
É um medo de perder, ou re-perder,
um aconchego
que jamais conheci.