A Estrada
Vejo, nessa estrada, a minha vida.
Longa, sinuosa,
perigosa.
Ora cercada de campos verdes,
fecundos,
ou recém arados, prenhes de esperança.
ora atravessando terras secas e estéreis.
como se o mundo tivesse acabado para sempre.
Aqui um buraco, ali um precipício,
a cada curva, um risco.
É, a conservação não está boa!
Lá, um cruzamento, uma bifurcação,
aumentam a confusão.
Qual o rumo certo?
Às vezes, de tão congestionada,
é quase intransitável.
Outras, de tão vazia, parece ligar
o nada a coisa nenhuma.
É, a estrada parece não ter fim!
E quando findar, desconfio,
não estará no lugar para o qual foi planejada
a princípio.