A Alma da Flor
A flor de cactos
chorava.
Não se conformava com o destino
de viver apenas uma noite.
Chorava,
e com suas lágrimas
regava o cactos,
um esforço derradeiro
de viver um pouco mais.
Passava por ali um gnomo do deserto,
muito cheio de poderes e sagacidade.
Viu aquilo e propôs um acordo:
ela viveria mais um tempo,
mas, em troca,
lhe daria sua alma.
Esqueci de dizer que aquela flor,
além de chorar, tinha alma.
E, coitada, aceitou o trato !
Depois morreu, como toda flor.
E o gnomo levou a sua alma,
a qual, até hoje,
ninguém sabe onde está.
Psicóloga Simone Mello Suruagy