Espaço Terapêutico Psique

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Adaptabilidade, Mudança e Culpa

A capacidade adaptativa humana supera, em muito, aquilo que julgamos lógico. Somos capazes de viver nas situações mais inóspitas e menos salutares.

Do Paraíso ao Inferno, lá estará o homem, criando e lutando por condições para a sua sobrevivência.

Estas incríveis resistência e flexibilidade propiciaram que aqui crescêssemos e nos multiplicássemos, dominando o ambiente quase nunca hospitaleiro.

Em nome da sobrevivência, o instinto adaptativo humano se tornou culturalmente muito valorizado.

A flexibilidade de mudar nossos objetivos, em prol da demanda que se apresenta, a submissão às frustrações, a docilidade da não contestação, são estados decorrentes deste instinto adaptativo que a cultura, influenciada pela religião, tanto valoriza.

É todo um investimento na manutenção, na continuidade. A preservação da vida num ambiente sentido como hostil.

As energias do Eu são canalizadas no sentido desta continuidade, formando fortes vínculos de compromisso com as estruturas da forma, guestalticas, da adversidade. Sobreviver a um trauma é incorporar ao EU a estrutura desta situação adversa tornando-a um não Eu, presente e atuante, verdadeiro no comportamento.

Esta forma emocional ocasiona uma formação de compromisso com aquele não Eu, onde a mudança é vivida com enorme culpa imobilizante.

A Culpa vincula o Eu à manutenção de procedimentos emocionais pertencentes a este não EU, que se torna uma imagem de si mesmo. "Sou um péssimo estudante .... sou uma pessoa sem iniciativa... Sou , sou... tantas palavras deste suposto Self, que de fato denunciam fixações adaptativas a situações traumáticas, e que desta forma foram incorporadas.

Este é um dos berços da enorme dificuldade apresentada para se mudar tantos comportamentos e padecimentos. Na formação de uma auto imagem negativa se inscrevem toda a energia egóica demandada em sua formação, todos os vínculos que a estruturaram, mesmo não mais presentes como fato, mas que ainda atuam como afeto.

A lógica do querer mudar é possível de ser alcançada. Mas as motivações inconscientes, que se comprometem na manutenção do comportamento, são menos visíveis à razão.

Mais elaborado emocionalmente seria dizer: "Para dar conta de tal situação, incorporei uma atitude de rejeição aos estudos... de não iniciativa...”

O instinto adaptativo humano lança âncora sobre a situação adversa ou traumática, ocasionando não uma esperada superação da tormenta e conseqüente normalização do Eu em águas serenas, mas sim uma aderência ao trauma, tornando-o parte integrante de si. Esta parte é a atitude emocional eleita na ocasião traumática.

Mudam os fatos mas nossa atitude emocional permanece, como se estes fatos ainda estivessem presentes.

Uma imensa energia do Eu é demandada na manutenção deste falso Eu, muitas vezes paralisando as atitudes do indivíduo, em torno de uma falsa auto imagem. Energia esta que poderia estar livre para se vincular a novos investimentos e a uma atitude criativa.

O poder de mudar e criar também são inerentes ao ser humano, assim como o de manter.

Desobstruindo as bases de fixação que ocasionam o falso Eu, podemos deixar surgir a alma reformadora, adormecida em nosso interior.

Uma semente em estado latente, à espera da oportunidade de germinar e frutificar.


Psicóloga Ana Suruagy Botto

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