A Sociedade do Consumo
Em cada período de nossa história, a humanidade esteve cercada por um grupo de crenças, comportamentos e relações sociais característicos daquele período e daquela sociedade.
O indivíduo pertencente aquele grupo social tinha sua individualidade moldada pelos valores culturais que estava inserido, acreditando nestas como verdades absolutas.
No momento atual fico com dificuldade em dizer quem começou a ser consumido primeiro, se o corpo ou os objetos.
A cultura esportiva fabricou um “homem novo” dito ideal, consumido e moldado freneticamente nas academias e nas clínicas de emagrecimento. Um corpo que não fala a identidade do indivíduo, apenas é cultural, é moda. E em seu rastro traz os diversos distúrbios alimentares.
Assim estamos na Sociedade do Consumo. O valor hoje é consumir. No tempo, no novo, na quantidade. É um indivíduo absolutamente alienado de suas próprias necessidades.
É imperiosa a satisfação imediata desejos que ao serem satisfeitos rapidamente se tornam ou obsoletos ou insatisfatórios gerando uma nova ansiedade de consumo.
O que tento mostrar é que a compulsão por satisfação se tornou aceita e normal em nossa sociedade.
Além do estímulo da propaganda, contribui a disponibilidade, oferta excessiva de todos os objetos para satisfação imediata dificultando a ação da censura interna. No caso das drogas esse é um grande problema.
A desautorização dos pais somada a jovens alienados e uma oferta crescente de drogas licitas e ilícitas, trará como resultado desta Sociedade do Consumo uma forte e necessária reflexão sobre nossas responsabilidades sociais.
Psicóloga Ana Suruagy Botto