Os resultados de um estudo em recente edição de Fertility and Sterility, comprovam o quanto o stress pode afetar o sucessos dos tratamentos
de fertilidade.Esta pesquisa determinou que as taxas de sucesso para fertilização in vitro (FIV) ou da transferência intratubária de gametas (GIFT) podem, em parte, estar relacionadas ao stress psicológico.

No estudo, 151 mulheres entre as idades de 26 e 49 anos de idade responderam a perguntas sobre seu humor, sentimentos de otimismo, apoio social e métodos de convivência durante sua primeira consulta a uma clínica de fertilidade e novamente pouco tempo antes de se submeterem a tratamento. As mulheres foram submetidas a FIV ou GIFT.
As mulheres que relataram os níveis mais altos de stress desde o início tiveram menos óvulos recuperados e fertilizados, comparadas às mulheres que expressaram otimismo de que engravidariam. As mulheres stressadas também tiveram menos embriões transferidos para seus úteros.
As mulheres que relataram sentimentos de raiva, hostilidade ou depressão tiveram menos óvulos para fertilizar e menos embriões para transferir.
As crianças nascidas de mulheres que se sentiam culpadas por pensar em parar o tratamento para fertilidade tinham pesos médios ao nascimento mais baixos, e as mulheres que disseram que fariam qualquer coisa por um filho tiveram cinco vezes mais probabilidade de ter um parto múltiplo.
Pesquisa apresentada no 18º Congresso da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embriologia, sobre o grau de Stress na Reprodução Assistida, mostrou que a espera do teste da gravidez foi indicada como sendo o período de maior stress. Das entrevistadas, 82,8% se disseram angustiadas durante esta etapa. Quando descobrem que não engravidaram, 74,7% se deprimem.
Esta fase também angustia os homens: 18% deles disseram que ficaram deprimidos quando souberam da chegada da menstruação da mulher. "A menstruação para estes casais tem o sentido de um aborto. É como se eles tivessem criado um filho virtual na cabeça, que morre a cada mês”.
Esse maior stress emocional ocasiona uma ambiguidade no investimento ao Processo de Reprodução Assistida, com períodos de plena participação seguidos de períodos de resistência ao tratamento.