Infertilidade o sonho e a frustração

Aproximadamente 10 a 15% dos casais são inférteis, em parte
devido às mudanças no papel social feminino, que adiam cada
vez mais o projeto da maternidade.

“Ter filhos passou a ser algo minuciosamente planejado e adiado para um momento mais oportuno.”

infertilidade o sonho e a frustracaoApesar dos novos papéis que hoje ocupam as mulheres, aquelas que se vêem afetadas pela infertilidade, desenvolvem sentimentos de impotência, incapacidade e fracasso pessoal.
A imagem associada à mulher-mãe ainda é muito valorizada, sendo a maternidade parte fundamental da identidade feminina.
Para o homem, a paternidade significa mais que a realização do desejo de continuidade. É a confirmação social de sua virilidade, potência e poder.
O arquétipo de Zeus, que fertilizava quase todas as mulheres com as quais se relacionava, faz parte do psiquismo masculino no simbolismo da sociedade patriarcal.

“Nossa cultura ainda associa fertilidade - fecundidade - virilidade - feminilidade.”
Para a maioria das pessoas, ter filhos e formar uma família são metas em determinado momento de sua evolução. Porém, a relação do indivíduo com a maternidade-paternidade é essencialmente ambígua. Um lado deseja, outro não. Ter filhos representa privações e renúncias, ao mesmo tempo que amor e realização. As dificuldades encontradas na reprodução apropriam-se desta ambigüidade, tornando a infertilidade cercada de muitos conflitos e culpa.
Também no relacionamento conjugal, o sofrimento e vazio que a falta de filhos pode trazer é substancial, costuma envolver diversas reações emocionais, como negação, ansiedade, desesperança, baixa auto-estima e transtornos na sexualidade. Em alguns casos, pode produzir uma crise que afeta principalmente o bem-estar psíquico, interferindo também nas relações familiares-sociais e no desempenho profissional.